domingo, 28 de dezembro de 2008

O que é ser e sentir-se autocaravanista?

Saúdo o aparecimento da «Tribuna» e faço votos de que os seus utilizadores saibam respeitar os mais elevados códigos de conduta, mesmo que às vezes seja preciso chamar os «bois pelos nomes».

Como se percebe, sou ribatejano por adopção (exactamente do Cartaxo), pois «vim de longe práqui morar», de África. Faço campismo desde os meus 10 anos de idade e autocaravanismo desde 1986. De tenda às costas corri boa parte de África, a Europa e um bocado da América... no tempo das boleias, das dormidas em palheiros e nos jardins, dos trabalhos de férias de Verão, dos acampamentos à beira do mar e de todas as esperanças num Mundo de justiça integral.

Saudosismos desta juventude à parte, faço autocaravanismo porque aprecio a liberdade e as nossas (da Família) opções sem limitações. Nunca viajei em grupo e sinto algumas dificuldades em pensar que me seja muito possível. Também saúdo todos os autocaravanistas com que me cruzo na estrada e quando estaciono perto deles, também meto os meus dois dedos de conversa. Às vezes é difícil: não percebo nada de marcas nem de equipamentos e acessórios e raramente encontro gente que goste de papagaios de papel e de jogos tradicionais.

Quando viajo procuro o pitoresco e o mais remoto, falo com as gentes das terras, fico por lá: nas três semanas de férias que a profissão me permite, o meu máximo foram três mil Km. Aborrece-me conduzir e só faço etapas de 300 km, logo procuro uma aldeia para passar a tarde, um rio, um bosque... e é assim que nos sentimos bem.Quando o Pedro e a Diana eram crianças, eles eram uma óptima desculpa e, como os miúdos sabem muito, ao nos aproximarmos das povoações diziam logo que ali os parques infantis eram muito "fixes"... que já tinham dormido a sesta, que já tinhamos andado muitos km... pequenos, mas espertos! Aliás, só me gabo dos filhos que tenho!Apesar de já não andarem connosco, e ainda bem, pois a sua idade actual já os leva para onde a sua vontade os puxa! Até já me pedem a autocaravana emprestada...

Com o raio da minha companheira-de-toda-a-vida é que estou sempre de acordo: só quer passear pelas montanhas, tomar banho em todos os rios, apanhar sol em todas as praias, visitar todas as lojas de artigos regionais, ver todos os museus de artes, história e tradições e calcorrear as ruelas típicas das cidades... sorte a minha!

Já agora aproveito e desejo a todos os Tribunantes um Natal Feliz e Bom Ano Novo, sobretudo, com muitas estradas...


Grande abraço

Mário Reis


PS: Quando se cruzarem com uma AC com a cabeça de um elefante (impressa, claro), sou eu: poderemos falar dos últimos jogos que descobri este Verão na Bretanha...

1 comentário:

A Viajar disse...

Companheiro
Mário Reis (penso ser o Mário Julio de Santarem),
Tambem gosto de jogos tradicionais,de teatro (longe vão os tempos do VETO e do TAC), não é?
Ainda recordo uma tirada tua "com um carro, nem que seja um 2 Cavalos,ao viajarmos estamos a ler um grande livro"
Um grande abraço e até a estrada.
de Benavente
Vitor Costa