No dia 20 de Janeiro, a Subcomissão de Turismo da Assembleia da República recebeu 6 autocaravanistas que integravam uma delegação do MIDAP. Em rigor quem se deslocou à AR não foi uma delegação mas a quase totalidade dos membros do MIDAP, conforme facilmente se pode concluir comparando as fotos dos presentes na AR e na última reunião plenária do MIDAP.
Houve quem se apressasse a referir que ontem se escreveu a história do movimento autocaravanista na AR, esquecendo-se que a verdade vem sempre ao de cima e que por mais mentiras e mistificações que se façam, a história que conta é a que fica registada na memória e na consciência colectivas.
Houve quem se apressasse a referir que ontem se escreveu a história do movimento autocaravanista na AR, esquecendo-se que a verdade vem sempre ao de cima e que por mais mentiras e mistificações que se façam, a história que conta é a que fica registada na memória e na consciência colectivas.
Mas compreendemos este embandeirar em arco com a reunião, pois era preciso disfarçar o fundamental: estes 6 qualificados autocaravanistas saíram da AR com uma mão vazia e outra cheia de nada. Como aliás qualquer pessoa conhecedora da Ordem Jurídico-Constitucional portuguesa sabia de antemão que aconteceria.
Por isso, para a história vai ficar que este foi o dia onde alguns se puseram em bicos de pés fingindo ter uma representatividade que não têm, e o dia em que pela mão do seu presidente Ruy Figueiredo o CPA se prestou à mais completa humilhação.
O CPA permitiu-se aparecer na AR como parte de uma delegação de um "Movimento ainda em formação" (MIDAP), com o mesmo estatuto que é atribuído ao "circulo" que é "uma associação sem personalidade jurídica de tipologia informal" (CAB), a uma secção de autocaravanismo inactiva à vários anos (CCL-autocaravanismo), a um Projecto que é apenas e só um fórum, (Projecto Camping Car Portugal) e - a cereja no topo do bolo - o “observatório”, pretensa ONG que nem sequer está formada e que apenas existe na mente de uma só pessoa que precisa de um pretexto para se exibir.
O CPA é filiado na Federação de Campismo e fazia parte de um Grupo de Trabalho sobre o Autocaravanismo por isso consideramos legítimo que Ruy Figueiredo tenha estado na AR em 2005 integrado numa delegação da FCMP.
Mas ir à AR como parte de uma delegação do MIDAP, é coisa que se não entende. Ou por outra, entende: Ruy Figueiredo esqueceu as responsabilidades do cargo que ocupa, não hesitando em sacrificar os interesses do Clube ao apelo da vaidade pessoal. Será por ter esse peso na consciência que em vez de se dirigir directamente aos sócios encarregou essa figura abstracta que é o InfoCPA para lhes comunicar o que lá se tinha passado?
Depois de confirmar que a reunião na AR não passou de uma visita de cortesia aos senhores deputados, e que esta tão qualificada delegação apenas se representou a si própria na AR, o comunicado “oficial” do MIDAP informa-nos que foi entregue aos deputados o grande tratado jurídico - DIREITO AO AUTOCARAVANISMO - um hino à arte da mistificação, onde se confunde o enunciado de princípios gerais com normativos legais de regulamentação da actividade autocaravanista.
Nem sequer faltou a reafirmação tola de que todos os problemas legais do autocaravanismo se resolvem com a criação de um sinal onde esteja o pictograma de uma autocaravana, por forma a que passe a haver suporte legal para... enviar as autocaravanas para os campings. É óbvio que os autocaravanistas não precisam de nenhum direito AO autocaravanismo, pelo simples facto de que ninguém o proíbe. O que os autocaravanistas precisam é de legislação que fixe o Direito DO Autocaravanismo que nos assegure a liberdade de responsavelmente sermos autocaravanistas.
Nem sequer faltou a reafirmação tola de que todos os problemas legais do autocaravanismo se resolvem com a criação de um sinal onde esteja o pictograma de uma autocaravana, por forma a que passe a haver suporte legal para... enviar as autocaravanas para os campings. É óbvio que os autocaravanistas não precisam de nenhum direito AO autocaravanismo, pelo simples facto de que ninguém o proíbe. O que os autocaravanistas precisam é de legislação que fixe o Direito DO Autocaravanismo que nos assegure a liberdade de responsavelmente sermos autocaravanistas.
Os autocaravanistas não precisam de mais sinais de trânsito, precisam é que a Lei ponha fim à perseguição das autocaravanas legalmente estacionadas no espaço público.
O resto não passa de conversa da treta, trocadilhos de palavras que apenas servem propósitos narcisistas. Tal simulacro de “documento”, assim como o seu irmão Relatório do Estado da Nação Autocaravanista, não recebeu da comunidade autocaravanista qualquer comentário substantivo, pela simples razão de que não merece sequer discussão. Apenas merece que os ignoremos. Estranha-se pois que o CPA (que nunca colocou à consideração dos seus sócios tal assunto) tenha agora legitimado a sua entrega na AR, assim como de “documentos” que contêm afirmações profundamente lesivas dos interesses dos autocaravanistas. Salvo melhor opinião, este gesto é um insulto à inteligência dos deputados que democraticamente escolhemos como legítimos representantes da Nação, e uma desconsideração a todos os autocaravanistas portugueses e particularmente aos sócios do CPA que confiaram na sua Direcção para defender os seus interesses.
NOTA: A imagem que iustra este post, é cópia do documento oficial da Assembleia da República, onde não é feita qualquer referência ao CPA mas sim ao MIDAP, perguntando-se, então, a que título Ruy Figueiredo lá esteve? E o que esteve a fazer no almoço onde se pediu o agendamento da reunião?
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