Quando um amigo nos envia uma mensagem para o telefone ou para o email, nós devemos responder-lhe. É uma questão de boa educação.
Cimentado nesta boa norma de educação, o Código Administrativo acolheu o princípio de que os cidadãos têm o direito a obter resposta das instituições públicas. Por isso definiu muitas vezes que os requerimentos não respondidos em tempo útil obtêm deferimento tácito.
Por isso as instituições e os dirigentes que se prezam em respeitar aqueles a quem servem adoptam como procedimento de rotina confirmar ao remetente toda e qualquer comunicação recebida.
Como é diferente a prática que se observa no autocaravanismo em Portugal.
- Aparentemente por desconhecimento desta regra de respeito, várias vezes vimos no autocaravanismo exibir como troféu uma simples resposta protocolar de uma qualquer entidade pública. Resposta do género “tomámos nota da ocorrência” (o que significa, damos a nossa função por cumprida, agora lavamos daí as mãos). Ainda recentemente os dirigentes do MIDAP se prestaram a este número patético, exibindo um ofício protocolar de um Ministério como prova de que o Governo estava sensível às suas preces. Isto é laborar em erro e é criar falsas expectativas nos autocaravanistas. Praticado por quem sabe o que está a fazer, é desonestidade intelectual.
- Por sua vez, os actuais dirigentes do CPA (individual e colectivamente considerados) repetidamente têm exibido o seu autismo às interpelações públicas e privadas que os sócios lhes dirigem (eu próprio sou disso testemunha directa). Ao fazê-lo esquecem que não são donos do Clube, e esquecem que não fazem favor nenhum aos sócios em ocupar os cargos de direcção ou em responder-lhes.
- Pelo contrário. O favor que fizeram ao Clube foi o de se disponibilizarem para o gerir, mas as mordomias inerentes a esse favor cessam no momento em que são eleitos para o cargo. Uma vez eleitos assumem a responsabilidade de gerir o Clube no respeito pela vontade e na defesa do interesse dos sócios. Ora, num Clube com órgãos ocupados por pessoas que prezem o seu bom-nome e que se queiram merecedoras do respeito dos sócios, a primeira coisa que têm a fazer é revelar respeito pelos sócios. Uma das formas básicas de o fazer é reconhecer-lhes o direito à informação, e o direito a obter resposta. Ao menos uma simples notificação protocolar do tipo: “confirmamos a recepção da sua mensagem a qual oportunamente nos merecerá ponderada atenção”.
- Além do mais, esta é uma questão de boa educação. É para mim inconcebível que haja no movimento associativo dirigentes que respondam ao gesto de saudação de um qualquer autocaravanista desconhecido com que se cruzam na estrada, mas que não usem de semelhante cordialidade no trato com os sócios do Clube que dirigem.
Para onde vai o autocaravanismo português?
Raul Lopes
Sem comentários:
Enviar um comentário