quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O que quer afinal o CPA?

O CPA vai “organizar” um colóquio sobre Autocaravanismo na FIL, no decorrer da edição de 2009 da Nauticampo.

Dito desta forma, poder-se-ia dizer que estávamos perante uma eventual iniciativa interessante e num quadro adequado à sua realização, já que, esta feira tem uma forte componente expositora na área do autocaravanismo.

Contudo, o colóquio será organizado pelo Clube, mas… a “convite” da FCMP, indo o CPA, mais uma vez (e desta feita), a reboque da Federação de Campismo, como já tinha ido na visita e almoço à AR, nessa altura, a reboque/convite do MIDAP.

Curiosamente, este “movimento de movimentações” ditas “independentes”, tão proclamado nas últimas etapas do autocaravanismo virtual como o “salvador da nação autocaravanista”, não foi contemplado na participação coloquial.
Das duas uma, ou a FCMP pura e simplesmente não os quis lá, reduzindo-os à sua real (in)significância, ou o CPA deixou cair os “amigos”, não chegando sequer a sugerir a sua participação.

Para além deste aspecto de cariz institucional tão importante, levantam-se outras questões de orientação que não podem ser descuradas.

Não se compreende, desde logo, em que águas navega, afinal, o CPA – se nas águas da concepção estritamente campista, sob o cioso “controlo” da FCMP, ou nas águas lodosas do pseudo multi-associativismo-unitário-e-de-boa-fé, resultante da “agremiação” de clubes, círculos, movimentos, blogues e portais, sob a batuta de um(a) ONGA virtual.

A deriva do Clube é cada vez mais evidente, desdobrando-se a acompanhar, de forma sempre arrastada, todos os que aspiram a falar sobre autocaravanismo, sem perceber qual a sua legitimidade, coerência e identidade de princípios.

O CPA desbaratou, há muito, qualquer sentido de dignidade e de orientação. O Clube vira-se, qual cata-vento, a qualquer brisa, por mais insignificante que ela possa ser. O sentido ético e de honradez em defesa do Autocaravanismo, de acordo com aquilo que eram os seus princípios e a identidade com o sentimento maioritário dos autocaravanistas, perderam-se em absoluto.

Não se compreende que no colóquio “organizado” pelo CPA, seja “entregue” ao Clube apenas um dos temas, e logo o de menor impacto, reduzindo-o à mera condição de mais um clube federado e não, como seria de esperar, elevando-o à condição de Instituição referência do Autocaravanismo em Portugal.

Com uma oportunidade única de introduzir e liderar a discussão de temáticas mais importantes - nomeadamente nas que pretendeu assumir-se como “oposição” às teses da FCMP, se fizermos fé nas afirmações de um passado recente - preferiu aceitar ser relegado para um papel de menor relevo, apresentando-se, uma vez mais, de cócoras, perante aqueles que mais têm apostado na fórmula redutora e “aprisionada” de Autocaravanismo.

Tristes cenas desta Direcção e triste sina a deste Clube. Mas é o que dá quando o sentido de oportunidade e liderança cede lugar ao oportunismo próprio dos papalvos ávidos de exibicionismo sem qualquer conteúdo sério.

Esta participação tem ainda o condão de ampliar a confusão entre campismo e autocaravanismo.
Se já assistimos a um CPA soçobrando ao “encanto das sereias troianas”, agora assistimos ao mesmo filme perante as “sereias gregas”.

O CPA, qual meretriz do autocaravanismo, desdobra-se em participações espúrias, deixando os seus associados e autocaravanistas em geral na maior das confusões.
O que quer afinal o CPA?

Laucorreia

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