segunda-feira, 16 de março de 2009

A Tribuna Autocaravanista e o actual momento do Autocaravanismo em Portugal

Face ao aparecimento de alguns comentários em fóruns e blogs, inclusive na TAC, impõe-se fazer alguns públicos esclarecimentos.

A Tribuna Autocaravanista tem como único e central objectivo contribuir para o debate sobre a temática do autocaravanismo e as suas várias vertentes, com especial ênfase sobre o autocaravanismo enquanto turismo itinerante. Várias vezes nos últimos 3 meses de uma forma clara, directa e objectiva temos dado o nosso contributo através da publicação diária de sugestões, opiniões, comentários críticos e alertas sobre o actual momento que atravessa o autocaravanismo.

Se de alguma forma temos visado alguém ou algum grupo em particular isso deve-se, tão só, a uma análise crítica sobre o percurso por eles escolhido, que somos livres de considerar incorrecto. Vivemos em Democracia e sentimo-nos com iguais direitos de cidadania, que nos permitem comentar ou agir em função das nossas convicções. Se existem tantos “agentes” que se vêm arrogando como “nossos” defensores, sem que para isso lhes tenhamos passado qualquer credencial, porque razão haveríamos de ser cerceados de um Direito Constitucional – o da livre expressão e pensamento?

Sentimos que os caminhos percorridos são perigosos e que nos podem levar a perder o maior dos fundamentos de um autocaravanista – o da sua liberdade de viajar, usufruindo das potencialidades da viatura que adquiriu. Não procuramos atacar pessoas, mas criticamos acerrimamente as ideias que alguns procuram impor como “salvadoras”, quando delas abertamente discordamos ou sobre as quais temos fortes dúvidas.

Paralelamente, temos também sido contundentes com o CPA, pela forma como o maior e mais representativo clube de autocaravanismo português tem sido (mal) gerido, desbaratando um capital ganho no biénio 2006/07.

Nada nos move contra ninguém a título pessoal. Mais, não temos interesses particulares, económicos, políticos ou de qualquer outra espécie no meio autocaravanista. Se somos incómodos é porque não assobiamos para o lado ou voltamos a cara quando vemos que algo está mal ou do qual não concordamos. Não fazemos acusações gratuitas só porque existem pessoas com ideias diferentes daquelas que publicamente assumimos. Também ninguém nos viu fazer ameaças ou infundados assassinatos de carácter. O que nos move é o direito de opinião cimentado na defesa intransigente da nossa liberdade individual – um anseio colectivo - que não pode nem deve ser posta em causa por ninguém, mesmo que por mera ingenuidade, e muito menos por parte de quem tenha eventuais interesses particulares. O que lastimamos profundamente é a evidente e incompreensível situação penosa porque passa o maior clube português de autocaravanismo. A nossa actuação, a nossa crítica, não pode ser interpretada com o fundamento da “destruição” mas antes como um alerta à consciência dos seus associados para uma desejável reversão. Quem se calou ou, pior ainda, apoia a actual desgovernação do CPA, é que será responsabilizado pelas consequências negativas que esta gestão trará ao Clube e aos autocaravanistas num futuro próximo.
Como pode um clube com quase dois mil sócios ficar feliz com a unanimidade de uma AG onde apenas compareceram umas escassas dezenas de pessoas?
Melhor fora que aqueles que sem mostrar dispor de uma única ideia válida para o autocaravanismo apenas se preocupam em atingir o bom-nome dos autores deste Blog, se preocupassem antes em encontrar resposta para estas questões:
- O que pensarão do actual momento do CPA os mil e tal sócios que deveriam estar na AG e não estiveram?
- Porque será que cada dia que passa é menor a proporção de autocaravanistas que se revê no CPA?
- Porque foram criados no último ano 4 Clubes formados por autocaravanistas sem que o CPA revelasse qualquer capacidade de inverter este processo de fragmentação do movimento associativo?

Parece que anda por aí muita gente com medo de enfrentar a verdade dos factos!

Não dizemos mal só por dizer ou só para contrariar quem quer que seja. Demonstramos inequivocamente porque criticamos as opções que alguns insistem em seguir e apontamos soluções e possíveis caminhos que poderão ser seguidos em alternativa.

Não nos escondemos em pseudónimos ou em acrónimos. Damos o nome e a cara em defesa das nossas convicções, não porque somos melhores que os outros, mas porque assumimos a nossa discordância legitimados na saudável frontalidade que só dignifica quem se sente com direito e vontade de intervir.

Não somos, certamente, mais uns teóricos que do seu pedestal imaginário, vão mandado “bitaites” que apenas contribuem para o ruído de fundo que vai afastando aos poucos e poucos os autocaravanistas do associativismo. Temos provas dadas sobre o que fazer e da forma de proceder para atingir uma correcta dinâmica institucional do autocaravanismo e para a dignificação social da imagem dos autocaravanistas. Ao contrário de muitos, temos provas dadas e temos ainda bem presente na memória aquilo que foi possível atingir em tão pouco tempo.

Vamos continuar a mostrar como a demagogia, a hipocrisia e a manipulação tem sido usada e abusada pelos pseudo autocaravanistas “bem formados” que constituem um pretenso movimento representativo dos autocaravanistas portugueses.

Dito isto reafirmamos do alto desta Tribuna que não somos, nem ambicionamos ser, nenhum Clube mas que nada nos demoverá de prosseguir o caminho que anunciámos na primeira mensagem que aqui publicámos e que parcialmente recordamos:

Porque não há machado que corte a raiz ao pensamento...a Tribuna segue os trilhos dos autocaravanistas itinerantes que buscam a liberdade alicerçada na razão crítica e na dignidade social.

Afinal quem somos e o que queremos nós ao envolver-nos na criação desta Tribuna Autocaravanista?Bom, em face do que se tem visto por aí nos últimos tempos, o melhor é começar por esclarecer o que não somos: não somos o embrião de nenhum clube; não somos obreiros de nenhum círculo, nem triângulo, nem sequer um quadrado ou um losango. Somos simplesmente autocaravanistas com o saber acumulado pela vida e pela experiência enquanto dirigentes associativos. Somos autocaravanistas que seguem com apreensão o rumo que o autocaravanismo vem seguindo em Portugal. Somos autocaravanistas que cultivam a liberdade alicerçada na responsabilidade, e que não hipotecam a consciência ao jogo oportunista do discurso politicamente correcto.

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