quinta-feira, 26 de março de 2009

No CPA, quem é o Senhor que se segue?

Há qualquer coisa de errado na cultura organizacional do CPA. O Clube em vez de uma força aglutinadora revela-se um triturador de competências e boas-vontades. Cingindo-me apenas ao topo dos órgãos sociais, e sem preocupações de exaustividade, facilmente verificamos ser esta uma característica do Clube. Ora vejamos.
O primeiro Presidente do Clube abandonou-o em conflito com o Presidente que lhe sucedeu, igualmente seu sócio-fundador. Este, por sua vez, acabaria expulso do CPA pela mão de Ruy Figueiredo, o terceiro e actual presidente da história do Clube.
Durante a dinastia de Ruy Figueiredo, para além do anterior Presidente, saíram do Clube, em ruptura com ele, o presidente do Conselho Fiscal e um dos dois sócios de mérito do CPA.
Ruy Figueiredo teve 3 vice-presidentes diferentes. O primeiro afastou-se do clube (demitiu-se entretanto?) em conflito com Ruy Figueiredo. O segundo (eu próprio), saiu do CPA empurrado por ele (de braço dado com os seus amigos). O terceiro vice-presidente, o actual, simplesmente hibernou, pois se ainda está em funções ninguém deu por isso (e não será por falta de experiência nem de competência para certas funções).
Se Ruy Figueiredo é o personagem conciliador, cordato e simpático que a imagem pública dele transmite, então como se explica que pela sua mão tenham saído do clube, entre outras, as pessoas que antes referi, pessoas que cada uma à sua maneira deixaram bem vincada a sua passagem pelo CPA? Isto devia dar que pensar àqueles que dizem preocupar-se com o futuro do Clube, mas esses preferem atirar pedras e espalhar cascas de banana pelo caminho.
Se o CPA não for capaz de reflectir seriamente sobre a sua cultura organizacional, então o melhor a fazer será começar a receber apostas sobre quem será o próximo a ser enxotado do Clube. Será o próprio Ruy Figueiredo o senhor que se segue? Por enquanto a sua cabeça vai sendo exibida na praça pública como troféu de caça tanto no CPA como fora do Clube, especialmente no MIDAP (e não só). Mas chegará o dia em que a sua cabeça deixará de ter utilidade no jogo das marionetas e será então retirada para a parede de uma qualquer recondida sala de troféus. Querem apostar?

Para quem tenha acabado de chegar, quero lembrar que não é de agora que levanto esta questão. Já na Primavera de 2008, quando ainda era sócio do CPA, questionei os responsáveis do Clube, sobre: Quem anda a tentar reescrever a história do CPA? Também nessa altura alertei os sócios de que havia quem estivesse a empurrar-me para fora do clube, o que não era uma originalidade. Fica aqui a transcrição de parte dessa mensagem.
Com resposta ou sem ela, as perguntas aqui ficam (a propósito Ruy, continuo à espera da resposta da Direcção aos meus emails das últimas semanas). É que mal avisados andam aqueles de curta memória que pensam que as instituições sem história nem memória colectiva podem ter futuro. Estranho sentido de gratidão se cultiva neste Clube. Não admira que não haja nem um sócio activo no CPA de entre aquelas que nos últimos 18 anos foram dirigentes. Aliás, os Presidentes anteriores ao Ruy Figueiredo (felizmente vivos) já não estão no CPA. Agora há quem me esteja a empurrar para fora do Clube, porquê? Porque fui vice-presidente. Assim não vamos lá (por muito que alguns pulem de contentes).
Ruy, daqui te
deixo o apelo: pára para pensar o rumo que estás a dar ao CPA e no propósito (ou despropósito) dos conselhos que certas pessoas te dão.
É forçoso concluir que Ruy Figueiredo não escutou o que lhe disse, pelo contrário, franqueou as portas de pare em pare àqueles que corroem os pilares do CPA.
A história se encarregará de julgar cada um conforme as suas responsabilidades. Para já registo com tristeza que na Assembleia Geral quem fala pelo presidente do CPA é Jorge Guimarães; no fórum e no Boletim é a mulher dele, Teresa Paiva, quem se substitui ao presidente; se é de áreas de serviço que falamos, então quem toma o lugar do presidente do CPA é o seu amigo Boaventura; se o assunto é o arraial de Abrantes quem surge em bicos de pés é o ZéVieira; finalmente, Nandin de Carvalho fala pelo presidente do CPA na Assembleia da República e onde mais se lembra (excepto quando despe a pele de sócio do CPA para se tornar na sombra tutelar do MIDAP ou do CAB ou do MONGA, ou do...). Agora, até o Cipriano campista foram buscar para reforçar a equipa dos que ocupam o palco que se impunha fosse ocupado por Ruy Figueiredo. Acontece que nem uma só destas pessoas foi eleita para a Direcção do CPA. Daí que se estranhe como podem ser elas a mandar no Clube, contando para tal com a cumplicidade do presidente. Não haverá no CPA quem veja que ao procederem como vêm fazendo estão a fazer de Ruy figueiredo um "presidente faz de conta"?

Depois ainda há quem se admire por Ruy Figueiredo ter sido olimpicamente ignorado quando recentemente veio ao fórum (coisa rara!) fazer um apelo. É sintomático que nestas semanas tenha havido menos pessoas interessadas em ler o que escreveu Ruy Figueiredo do que aquelas que diariamente vêm ler a Tribuna. E nem um só lhe respondeu. Que os sócios deixem a falar sozinho o Nadin de Carvalho ignorando "as mensagens" que teima em colocar no fórum, é absolutamente natural. Exprimem desta forma o desprezo que tal personalidade lhes inspira. Mas concederem ao seu Presidente o mesmo tratamento já não é natural e devia dar que pensar, a começar por Ruy Figueiredo, que não soube dar-se ao respeito e já começa a pagar por isso.
Este é parte do preço a pagar por quem se deixa envolver no jogo daqueles para quem parece que vale tudo, como se o autocaravanismo fosse a encenação de um filme à americana com polícias, ladrões, advogados, juízes e testemunhas abonatórias com depoimentos de conveniência. Há quem se esqueça que a realidade não deixa de o ser por mais que se fantasie.

A ver vamos o que se seguirá. Pela minha parte, em nome da memória de uma relação pessoal, apenas digo: Ruy, já que não soubeste retirar-te de cena na altura certa, agora tem cuidado com as cascas de banana... ou poderás ser o senhor que se segue, mais cedo do que supões.

PS.
Faço notar que, mais uma vez, não fiz ataques pessoais a ninguém. Limitei-me a alinhar factos e a dar opiniões sobre eles. Reconheço que há verdades que incomodam, mas são apenas factos.

Raul Lopes
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