terça-feira, 10 de março de 2009

O Autocaravanismo no Brasil

Iniciamos aqui um conjunto de artigos sobre o autocaravanismo no Brasil, um destino pouco explorado pelos autocaravanistas europeus apesar das suas esplendorosas paisagens naturais.
Luiz Tostes é um dos mais activos dirigentes da ABRACAMPING, Associação Brasileira de Campismo. Neste momento esta associação está a trabalhar com o Ministério do Turismo Brasileiro no desenvolvimento de legislação sobre o campismo e o caravanismo e é com satisfação que registamos que as opiniões veiculadas na Tribuna Autocaravanista sobre a legislação portuguesa têm sido levadas em conta como suporte à elaboração de uma proposta de enquadramento legislativo no Brasil. Agradecemos ao companheiro Luiz Tostes a colaboração na divulgação em Portugal do que se passa com o autocaravanismo no Brasil.


Caravanismo no Brasil

Com satisfação recebi da “Tribuna auto-caravanista”, um convite para enviar matéria sobre o caravanismo no Brasil. É uma oportunidade para iniciarmos um intercâmbio necessário entre caravanistas do Brasil e Portugal.
Em vista das diferenças nos termos utilizados nas línguas dos dois países, no que se refere ao caravanismo, vamos apresentar a terminologia que utilizamos no Brasil.
Embora com origem na língua inglesa, o Código de Trânsito Brasileiro adota a denominação “Trailers” para definir os reboques turísticos, conhecidos como “Caravanas” em Portugal. O mesmo nome é utilizado por usuários e fabricantes no Brasil .
O Código define como “Motorcasas” o que os portugueses conhecem como “Autocaravanas”. O usual entre nós é a denominação “Motorhome”, utilizada inclusive nos anúncios dos fabricantes desses veículos.

Cenário do caravanismo no Brasil

A frota de motorhomes está estimada em aproximadamente 5.000 veículos, e a de trailers em 6.000. Esses dados se baseiam na produção dos fabricantes e em estimativas.

Em relação a outros países é um paradoxo. Constatamos internacionalmente, que a quantidade de trailers é sempre bem maior do que a de motorhomes. No Brasil essa proporção não está ocorrendo, em função de uma limitação criada pelo Código de Trânsito Brasileiro para motoristas de motorhomes e de veículos que tracionam trailers de turismo.

O Código exigiu uma habilitação “profissional” para motoristas de motorhomes e de veículos que tracionam trailers, não permitindo a licença de “amador”.
A conseqüência dessa legislação foi a limitação do mercado com paralisação da fabricação de trailers. Poucos estão trafegando; a maioria está estacionada em campings funcionando como “casas de campo”.
Não existem locadoras de motorhomes, pois dificilmente um turista estrangeiro terá a habilitação exigida. Projeto de lei tramitando no Congresso Nacional corrigirá essa distorção.

Brasil, o país das grandes distâncias

Os motorhomes que circulam no país são todos produzidos em fábricas brasileiras. O alto valor dos impostos limita a importação desses veículos .
O nível de conforto, qualidade e segurança dos motorhomes brasileiros é de padrão internacional.
A paisagem no Brasil é bem variada. Um extenso litoral com praias para todos os gostos, várias ainda pouco ocupadas; serras nas regiões Sul, com cidades típicas de colonização européia, e Sudeste onde se situam as antigas vilas da era de mineração do ouro. No Sudoeste impressionam as imponentes Cataratas do Iguaçu.
Com essa diversificação de atrativos turísticos e a extensão do país as viagens são sempre longas, e o motorhome é o veículo ideal.
No Brasil, “abençoado por Deus e bonito por natureza”, segundo um popular samba, as distâncias são muito grandes – 1.200 km entre Brasília e Rio de Janeiro ou São Paulo, 1.600 km do Rio de Janeiro a Porto Alegre, no Sul do país, ou 1.700 km até Salvador, na Bahia.
O maior número de campings situa-se nas regiões Sudeste e Sul. Nas estradas é freqüente pernoitar nos postos de combustível, durante a viagem.
Em pontos de interesse turístico onde não existem campings, busca-se estacionar junto a restaurantes, pousadas e em estacionamentos públicos, sempre locais seguros, que tenham ligações de água e eletricidade.
Por essa razão, os motorhomes são equipados com geladeira de padrão doméstico, fogão, banheiro completo, forno de micro-ondas, ar refrigerado, caixa de água potável de 200 a 400 litros e, com frequencia, gerador. Essa configuração proporciona conforto e autonomia de viagem.
São comuns viagens de 6 a 8 mil km. No início de 2008 viajei aproximadamente 6 mil km por toda a região sul, partindo de Brasília, onde moro.
A maioria dos motorhomes tem um comprimento entre 8 e 10 metros e, alguns, até 14 metros. A montagem daqueles de tamanho médio é em chassis de caminhão Volkswagen ou Mercedes, os mais populares no país.
Os chassis de 13 e 14 metros são das marcas Volvo e Scania. Um motorhome desse comprimento equivale a um ônibus rodoviário.
Mas estão se tornando cada vez mais populares veículos de 6.30 a 8 metros montados nos chassis da Mercedes Sprinter e Fiat Iveco com capacidade de 4 a 6.000 kg, e adaptações em furgões Renault Master e Iveco.
Como ocorre nos Estados Unidos, os proprietários de veículos maiores viajam sempre rebocando um automóvel ou jeep. Alguns levam motocicletas.
No próximo artigo informaremos sobre as fabricas de motorhomes com a apresentação de fotos dos vários modelos.

Luiz Edgar Tostes
Brasília, Brasil
Fevereiro 2009
Para “Tribuna Autocaravanista” - Portugal

3 comentários:

Anónimo disse...

Naturalmente este comentário não será publicado, mas, fica a pergunta:
-Porque será que o milhafre (falcão da pradaria) não consta nos seguidores deste blogue? Porque será que só se interessou em colocar a dita ave em outros blogues? Responda lá a isto Senhor Nuno Ribeiro!'

Nuno Ribeiro disse...

Confesso que tivemos muitas dúvidas se devíamos ou não publicar este comentário. Em primeiro lugar porque o comentário não diz respeito ao excelente artigo que o nosso companheiro Luiz produziu sobre o autocaravanismo no Brasil. Em segundo lugar porque esta pergunta não tem qualquer sentido e por último por ser anónimo, revelando uma enorme falta de carácter, que aliás é habitual em certas pradarias de além....

Contudo pesado todos os prós e contras e porque não gostamos de deixar ninguém sem resposta, decidimos publicar o comentário, com a seguinte nota:

- O blogger permite aos administradores dos blogs gerir os seguidores. Nesta gestão está compreendida o bloqueamento dos seguidores. Na TAC qualquer tentativa de registo de seguidor não identificado será rapidamente bloqueado, como já o foi no passado.
Se há outros blogs onde esta personagem aparece, isso não nos diz, naturalmente, respeito.
Não fazemos "corridas" nem disputas estéreis com ninguém para ver quem tem mais seguidores. É uma honra para nós termos os seguidores que temos.

EugenioSantos disse...

Olá Nuno...
... "aplaudo a tua paciência", por mim anónimo não é gente, logo, tecla (delete), anda aí cada "ave de arribação!"
... Ao companheiro Luiz (Brasil) um abraço pelo excelente relato! E seja bem vindo, sinta-se em casa.
Cumps
EugenioSantos