terça-feira, 21 de abril de 2009

O mau comportamento de alguns legitima a perseguição de todos os autocaravanistas


El Egido, na Província de Almeria, sul de Espanha, era tido como um paraíso selvagem para os autocaravanistas, já que as praias e o tempo ameno convidavam a ir até lá, e uma vez lá, “ninguém chateava”.
Não custa admitir o que por lá se foi passando, e as queixas de residentes não tardaram. No Verão passado um habitante fotografou um autocaravanista a despejar a sanita na sarjeta e com essa ilustração apresentou queixa no Município local.
A 3 de Dezembro último a Autarquia aprovou um regulamento que no seu artigo 26 estabelece:
No están permitidos los siguientes usos impropios de los espacios públicos y de sus elementos: acampar en las vías y los espacios públicos, acción que incluye la instalación estable en estos espacios públicos o sus elementos o mobiliario en ellos instalados, de tiendas de campaña o tinglados similares, así como la permanencia de autocaravanas o caravanas, salvo autorizaciones para lugares concretos. De incumplir esta norma de conducta, el Ayuntamiento podría sancionar al infractor con multas que oscilarían entre los 0,60 y los 300 euros.

Por agora a Polícia Local limita-se a dar um ultimato de 72 horas para os autocaravanistas retirarem, sob pena de serem rebocados. No Verão logo se verá o que acontece.
Uma coisa é clara desde já: esta é mais uma situação onde o mau comportamento de alguns legitima a perseguição de todos os autocaravanistas.
Definitivamente precisamos todos de compreender que pernoitar em autocaravana não pode confundir-se com acampar na via pública. Mais, se queremos ter legitimidade para reclamar os nossos direitos de turistas itinerantes, então temos que aceitar que o preço a pagar é impormos a nós mesmos um comportamento irrepreensível. De contrário continuaremos a ser vistos simplesmente como selvagens, seja pelas populações locais, seja pelos seus representantes institucionais.
Pior do que o efeito ambiental destas práticas é o efeito perante a opinião pública. Pensem nisso!

Raul Lopes
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