As grandes cidades encontram-se quase todas no sul do país e são periféricas da capital Helsínquia, pelo que os muitos quilómetros que efectuámos foram de puro êxtase contemplativo da paisagem e das suas “reservas naturais”. Depois das “simpáticas” renas que encontrámos às centenas, pudémos ver alces, esses bem mais corpulentos e esquivos.
Dada a aparente ausência de infra-estruturas para autocaravanas, tivemos que usar campings, e estes são às dezenas, para despejo e abastecimento.
Chegados a Helsínquia, a cidade não se nos revelou particularmente “apelativa”, pelo que nos decidimos por uma breve visita e uma pernoita, - interrompida pela polícia - junto ao porto onde havíamos programado apanhar o “ferry” para Estocolmo, a bela capital da Suécia.
De facto, desencontrados com o horário do navio, e impedidos de parquearmos mais tempo por ali, seguimos viajem para a cidade de Turku Abo de onde saem, igualmente, navios para a capital sueca. Pelo caminho, numa área de repouso, pudémos restabelecer-nos de uma noite mal dormida.
Chegado a Turku Abo e colocada a autocaravana na linha de embarque, ainda que em “lista de espera”, houve tempo para um longo passeio por esta cidade que nos pareceu mais “simpática” do que a capital.
A zona do canal e do porto de abrigo é constituída por uma avenida onde dá gosto passear. E foi por aí que passamos a maior parte do tempo enquanto aguardámos a hora do (consentido) embarque, num navio enorme com vários “decks”, onde a nossa AC fez companhia a diversos TIR. A saída do porto de Turko Abo foi um momento de beleza inesquecível também. Do alto de um “varandim” exterior pudemos apreciar o final do dia com os raios de sol reflectidos nas pequenas ilhas e ilhotas que pareciam limitar o percurso do grande “ferry” em que viajámos toda a noite. A “azáfama” a bordo foi uma constante. Entre os diferentes restaurantes, a discoteca panorâmica, o “casino” e o supermercado, as pessoas movimentavam-se freneticamente aproveitando todo o entretenimento disponível.
“Passámos pelas brasas” num dos sofás disponíveis aqui e ali, pois não havíamos reservado “cabine”. Aos primeiros raios de sol estávamos a avistar as cúpulas douradas/esverdeadas da “Veneza do Norte”. Estocolmo mostrava-se-nos pela primeira vez.
Feito o desembarque a “bordo” da nossa “casinha rolante”, seguimos para Längholmen, uma das muitas ilhas e ilhotas que constituem a cidade, pois nela funciona um parque específico para autocaravanas. Ver:
http://www.stockholmtown.com/templates/iframe____8462.aspx
Feita a higiene nos balneários ali disponíveis, e apesar do cansaço de uma noite menos bem “dormida”, não hesitámos em seguir logo para a cidade. E não ficámos arrependidos. Estocolmo revelou-se, para nós, a mais bonita das capitais nórdicas. A vida social e cultural da cidade era então bastante animada por via da realização do “Water Festival” e obtivemos, assim, um “extra” numa cidade já de si, muito atractiva.
Depois de deixarmos a capital, demos um “pulo” a Sigtuna, a “velha cidade viking” onde Odin, deus viking, fixou residência. E foi ali que, desde que saímos de Portugal, encontrámos pela primeira vez outra autocaravana portuguesa.
Adorámos esta pequena localidade cheia de carisma, história e tradição, e se voltarmos à Suécia vamos querer revê-la.
A nossa “aventura” continuou mas o tempo ia escasseando. Queríamos, ainda, visitar alguma coisa da Dinamarca, o mais pequeno país “viking” (se lhe retirarmos a Grenolândia, claro) e, daí, termos decidido entrar por “ferry” na Dinamarca em Helsingborg, por ser o trajecto mais curto e, também, o mais económico. Actualmente, existe uma ponte - Oresund Bridge - que com 16 Km, liga a cidade de Malmo na Suécia à Dinamarca, mas a sua travessia é dispendiosa. Chegados a Copenhaga, capital da Dinamarca, onde pudemos aceder a uma área específica para autocaravanas, bem perto do centro, fomos visitar, a pé, a cidade. Gostámos muito do Tivoli, o grande parque de lazer e recreio, existente no centro da cidade. Visitámos ainda a casa de Karen Blixen autora de "Africa Minha", romance e filme que gostámos muito, e o ex-libris da cidade - a pequena sereia que, de tão pequena, julgámos não conseguir encontrá-la!
Laurindo Correia
1 comentário:
A cegueira de alguns é tanta, que num mero relato de viagem se vota... discordando.
É por essa cegueira que o movimento autocaravanista nunca irá a lado nenhum.
Não se enxerga um palmo da realidade, agindo-se por impulsos de simpatia ou anti-patia pessoal.
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